1. É verdade que a abstenção invertida em relação a uma série longa de eleições pode ter decidido o resultado da eleição para prefeito do Rio. Mas de qualquer maneira o resultado seria apertado. Os fatores básicos que explicam o resultado foram os votos de Crivella e o voto feminino, fatores que se cruzam.
2. Todos os cruzamentos em todas as pesquisas no segundo turno mostravam uma vantagem significativa de Paes entre os evangélicos (empate ou derrota por pouca diferença entre os católicos e derrota acentuada entre os demais). E uma vitória entre as mulheres com margem fora do empate técnico.
3. Os estudos realizados em base a pesquisas no Rio mostram que o perfil básico do eleitor/a evangélico neo-pentecostal é de uma mulher de renda mais baixa. Lembre-se que em mais de 50% das famílias com renda menor que 2 SM o chefe da família é uma mulher.
4. Crivella teve sempre no primeiro turno 40% dos votos dos evangélicos, que são no Rio 20% dos eleitores. Ou seja, 8%. E entre estes, a grande maioria é de mulheres. Os membros da IURD representam 5% do eleitorado do Rio, cuja condução de voto é direta nas eleições majoritárias (embora haja desvios nas eleições proporcionais em função de fatores pessoais ou locais).
5. Com isso, certamente Crivella conduziu o voto de quase 65% de seus eleitores neo-pentecostais. Nesses, a abstenção é muito menor, na medida em que cumprem a sua missão ao votar. Sendo assim Crivella conduziu o voto de pelo menos 150 mil eleitores, podendo ter chegado a 200 mil eleitores.
6. O voto evangélico, em geral, foi o fator permanente que explicou o patamar de intenção de voto de Paes no segundo turno. Sem isso seu patamar cairia pelo menos 5 pontos.
7. Mas uma vez definida essa preferência do eleitor evangélico, o fator decisivo foi, com garantia absoluta, a condução de voto para Paes do senador Crivella. A ele Paes deve a eleição.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
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