O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afirmou nesta quarta-feira que é contra a proposta de desoneração da folha de pagamento, iniciativa já prometida pelo Ministério da Fazenda e amplamente defendida por empresários brasileiros.
Em entrevista à Reuters, Lupi disse opor-se a qualquer projeto que mexa nos direitos do trabalhador. A Fazenda chegou a prometer apresentar uma proposta ainda este ano, sem antecipar o modelo da redução de impostos.
"Eu não defendo a desoneração da folha de pagamento. Defendo uma reforma tributária que não signifique perda de direito para o trabalhador", argumentou o ministro.
"Vamos discutir ICMS, vamos dicustir Imposto de Renda, vamos discutir isenções pra setores estratégicos de concorrência internacional. Por que você tem que discutir o que tirar do trabalhador?"
Segundo ele, os tributos atuais são fundamentais para garantir benefícios, como aposentadoria, pensão e seguro-desemprego.
"Como vamos desonerar fundo de garantia, por exemplo?", questionou o ministro. Presidente licenciado do PDT, herdeiro direto do PTB de Getúlio Vargas, Lupi mostra-se menos sensível aos apelos por um ambiente de negócios mais atrativo.
OTIMISMO
Declarando-se um "otimista", Lupi fez previsões sobre a economia. Disse que a taxa de desemprego no Brasil ficará entre 7,6 e 7,7 por cento este ano, patamar próximo do período pré-crise -por volta de 7,5 por cento, de acordo com ele.
Para o ministro, a taxa de julho -que será divulgada na quinta-feira- ficará entre 7,9 e 8,0 por cento, ante 8,1 por cento em junho.
"Pelos dados que eu tenho, acredito que continue caindo", disse o ministro. "Há muito tempo que o pior (da crise) já passou."
Pesquisa da Reuters mostrou, segundo a mediana de 30 projeções, que a taxa de julho deve ser de 8,3 por cento.
Ele afirmou que buscará adeptos no Congresso à proposta de reduzir a jornada de trabalho no país para 40 horas semanais, frente às atuais 44 horas. Diversos projetos versam sobre o tema no Congresso, todos apresentados por parlamentares ligados à política de esquerda.
Apesar da polêmica, o governo pode usar sua folgada maioria para aprovar o projeto na Câmara. O problema, porém, está no Senado, onde a base governista é mais frágil.
"Estou pagando para ver um senador votando contra o trabalhador", afirmou Lupi.
Fonte: Reuters/Brasil Online
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
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