sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Prefeitos do Rio discordam sobre divisão de royalties

Prefeitos de cinco cidades fluminenses produtoras de petróleo decidiram hoje pedir ao governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), para não aceitar o acordo costurado no Congresso essa semana para a partilha do royalties da produção na camada pré-sal. Para contemplar Estados e municípios não produtores com uma parcela de 30,72% dos recursos, o governo federal aceitou reduzir a fatia da União de 30% para 22% e a de municípios produtores de 26,25% para 12,25% para as áreas do pré-sal já licitadas. Os prefeitos não aceitam a redução da expectativa de arrecadação e pressionam Cabral.

O prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira (PDT), reuniu os prefeitos da capital, Eduardo Paes (PMDB), de Maricá, Araruama e Saquarema. Silveira informou que vai se encontrar com Cabral na segunda-feira para levar a posição do grupo. O governador, no entanto, diz que só falará sobre o assunto após conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na volta de sua viagem ao exterior. Paes, aliado de Cabral, atribuiu o acordo a uma distração do governo federal.

"É um acordo inadmissível, prejudicial à metade da população do Rio de Janeiro. Tenho certeza de que nem o presidente Lula nem a ministra Dilma perceberam isso e que o governador vai tratar dessa questão no mesmo tom que vem dando nessa defesa do Rio e nos liderando desde o início contra essa tunga que querem fazer contra os municípios do Rio", disse Paes, num tom próximo ao de Cabral quando reagiu à articulação do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), pela redivisão dos royalties, acusando uma tentativa de "roubo".

Paes pediu a técnicos da Fazenda municipal um estudo com estimativas de perda para a capital para levar ao governador. O deputado Otávio Leite (PSDB-RJ) fez as contas e estimou que a nova proposta pode reduzir em R$ 1,14 bilhão a receita anual dos municípios do Rio confrontantes com áreas já licitadas do pré-sal. Ele defende que a União abra mão de 20% das participações especiais que estão previstas nos contratos dessas áreas, mas admite que a bancada do Rio tem pouca força para barrar o acordo.

"Não vamos aceitar pagar essa conta sozinhos", avisou o prefeito de Araruama, André Mônica (PMDB), que vê desrespeito à natureza indenizatória dos royalties. A Associação de Municípios Produtores de Petróleo (Ampetro) ameaça ir à Justiça para impedir a distribuição do dinheiro a Estados não produtores.

AE 

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