quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A cidade abandonada

A chuva de segunda-feira inundou o Rio. A cidade ficou parada, principalmente no centro e na zona sul. Infelizmente esse fenômeno se repete ano após ano. Olha, que nem chegaram ainda as chuvas de verão, nem as águas de março.

No seu ex-blog, o prefeito César Maia apresenta hoje a sua justificativa: “O que ocorreu na segunda-feira foi uma coincidência que ocorre mais ou menos de 3 em 3 anos: uma chuva concentrada exatamente no mesmo período que a maré alta atinge seu ponto maior. O pico da maré alta foi às 16h30min. Essa coincidência gera um refluxo das redes que deságuam nos rios, no mar e lagoas articuladas ao mar. Por isso o caso do Aterro do Flamengo e do início da Airton Senna, na saída da Linha Amarela, para citar apenas dois.

”Não questiono o fato da chuva ter coincidido com a maré alta, como argumenta o prefeito. É claro que pelas características topográficas da cidade, isso é um agravante.

Mas, hoje os jornais mostram um problema grave para a cidade e que não tem nada a ver com intempéries. Venceu há dois meses (em 22 de setembro) o contrato da prefeitura com a firma que cuidava da manutenção dos bueiros e drenagem das redes pluviais, na zona sul e no centro. Justamente as áreas mais atingidas.

Isso é um absurdo. Mostra que a cidade está abandonada. Só ontem depois dos estragos, foi publicada no Diário Oficial do município, a homologação da licitação para a contratação de uma nova empresa. Com diz o velho ditado: “Depois da porta arrombada é que se coloca tranca na porta.” Ou melhor, depois da cidade inundada é que vai se limpar os bueiros.

Esse é um desafio para o novo prefeito Eduardo Paes. Numa cidade como o Rio de Janeiro que fica entre o mar e a montanha, cheia de rios e canais, com morros em todas as regiões, o trabalho de limpeza dos bueiros e drenagem das redes de escoamento é ainda mais importante.

Um fenômeno da natureza não pode ser evitado. Mas cabe aos governantes fazerem a sua parte para que os prejuízos para a população sejam os menores possíveis. E isso, definitivamente não foi feito.

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