domingo, 23 de novembro de 2008

Meirelles será o plano B

Há mais de um mês, conversando com políticos amigos, disse que não me iludia com a suposta escolha do presidente Lula para sucedê-lo: a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Existe um plano B na cabeça de Lula.

Depois disso, Lula foi mais explícito e ao sair de uma audiência com o Papa Bento XVI, disse claramente que Dilma Rousseff era um bom nome para substituí-lo.

Mas nesse meio-tempo a crise econômica se agravou, o “tempo fechou” e a “marola”, que no máximo “provocaria um resfriado" – nas palavras da ministra Dilma – passou a ser vista como aviso de tempestade.

Na época, disse aos meus interlocutores, que dependendo da intensidade dos “ventos, chuvas e trovoadas” na economia brasileira e mundial, não se poderia descartar um nome, que em outro cenário, jamais seria cogitado.

Me refiro ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, desconhecido da imensa maioria dos brasileiros, mas que numa crise prolongada teria uma maciça exposição na mídia.

Uma curiosidade é que Meirelles, apesar do seu currículo no sistema financeiro, onde foi o presidente mundial do Bank de Boston tem mais experiência eleitoral do que Dilma Rousseff que nunca foi candidata a nada. Henrique Meirelles, em 2002, se elegeu deputado federal pelo PSDB de Goiás, quando conseguiu ser o mais votado do estado com 183.000 votos.

A maior barreira à candidatura de Dilma Rousseff não está dentro do PT, onde várias correntes não aceitam nem discutir o seu nome, mas sim no horizonte da economia, com nuvens escuras provocadas pela crise financeira mundial.

Um dos efeitos da crise, já admitido por gente graúda do governo e por parlamentares aliados do governo, é a desaceleração do PAC no próximo ano, que a bem da verdade até hoje está com o pé no freio. Sem essa bandeira, a mãe do PAC fica à deriva.

Se a tempestade econômica for longa e evoluir para um furacão, dependendo do tamanho dos estragos em território nacional, o nome de Henrique Meirelles, seria o Plano B do presidente Lula. Alguns parlamentares já cogitam essa hipótese.

Estou até vendo os marqueteiros petistas, querendo vender a imagem de Meirelles como o timoneiro que pode atravessar a tempestade e levar o barco do Brasil até um porto seguro.

Mas como não tenho bola de cristal e ninguém hoje tem condições de arriscar uma previsão séria sobre o comportamento da economia mundial daqui a mais de um ano, por enquanto tudo não passa de uma hipótese.

De certo mesmo, só que nas eleições presidenciais de 2010, a economia será o tema que centralizará o debate entre os candidatos.

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