segunda-feira, 7 de setembro de 2009

População quer Centro de Convivência para a terceira idade no lugar da Help

O vereador Leonel Brizola Neto (PDT/RJ) divulgou o relatório final sobre construção do Museu da Imagem e do Som em Copacabana.

Com uma pergunta estimulada sobre o que o cidadão carioca gostaria que fosse feito no espaço mobilizado para o museu notamos que houve um destaque para a criação de um Centro de Convivência para a terceira idade (36,4%), seguido pela idéia de um Centro Cultural nos moldes da Casa Laura Alvim (29,8%) e uma Praça (22,3%).


Logo, é importante observar que a população de Copacabana demanda mais lugares de encontros sociais, visto que as solicitações por um Centro de Convivência com a Praça, que também é um lugar de encontros, somam 60,4% das opiniões.


No que diz respeito às sugestões dos cariocas sobre a questão da construção do Museu da Imagem e do Som foi destacado por ¼ dos entrevistados que o governo deveria manter a “HELP” e o terraço – o que contraria substancialmente o projeto de alteração desse espaço social de Copacabana. Outra sugestão significativa surgiu travestida de comentário no qual 18,8% dos cariocas entrevistados declararam que tal investimento em Copacabana é um absurdo, sendo aqui considerada tanto a insatisfação com o projeto proposto como a indignação em relação ao custo do mesmo para os cofres públicos.

Somente após essas duas opiniões totalmente contrárias à alteração desse espaço em Copacabana é que surgem sugestões de mudanças, com um destaque de 15,4% dos cariocas entrevistados que propõem a construção de uma Casa de Cultura ou Museu nesta localidade.

Todavia, a soma de todas as propostas que determinam que o investimento público que alocarão na construção do Museu da Imagem e do Som deveria ser revertido para Saúde e Educação representa 18,8% das opiniões empatando com a concepção de que a construção deste Museu é um investimento absurdo.

Embora não tanto expressivo, mas também significativas foram as opiniões que ressaltaram que o projeto do Museu possui uma arquitetura incompatível com a orla de Copacabana (3,4%) e que tal projeto carece de transparência administrativa (2,6%).


Analisando mais profundamente os dados verificamos que a demanda por um Centro Cultural é maior entre aqueles que são contra a construção do Museu da Imagem e do Som, o que indica uma insatisfação da população com o projeto proposto em si e não com a característica cultural deste.

Nessa análise percebe se também que a questão da convivência encontra destaque até entre os entrevistados a favor da construção do Museu da Imagem e do Som que preferem a construção de um Centro de Convivência (40%), um Centro Cultural junto a um Centro de Convivência (40%) e uma Praça com Centro Cultural (20%).

Entre aqueles que se opõem a Construção do Museu da Imagem e do Som a maioria opta pela criação de um Centro de Convivência (36,2%) seguido por aqueles que indicam um Centro Cultural (31%) e uma Praça (23,3%).

Verificando as sugestões gerais em face da posição do entrevistado no que diz respeito à construção do Museu da Imagem e do Som há três questões significativas:

1) Os 25,6% dos cidadãos entrevistados que preferem manter a “Help” e o terraço são todos contra a construção do Museu da Imagem e do Som e representam 28,3% daqueles que são contra, de modo que 71,1% destes se opõem ao projeto por fatores distintos a permanência do clube noturno e do terraço.

2) Mesmo entre aqueles que são a favor da construção do Museu da Imagem e do Som em Copacabana há substancial insatisfação, visto que entre aqueles que apóiam o projeto do museu 27,3% acham o investimento um absurdo (destaque aqui em relação ao valor proposto pelo governo), 9,1% dizem que a arquitetura proposta é incompatível com a orla de Copacabana e 9,1% acreditam que a proposta carece de transparência administrativa.

3) Já 12,3% dos que são contra a construção do Museu da Imagem e do Som em Copacabana sugeriram uma Casa de Cultura ou Museu no lugar, de modo que a insatisfação desse grupo se dá com o projeto proposto pelo governo e não com a criação de um museu no lugar.

Observações Finais:

De modo geral, parece que para a maioria dos entrevistados, o significado de museu não se coaduna com o de ‘cultural’. Se o paradigma de centro cultural é o CCBB, deve-se lembrar que ele também guarda grandes características de museu.

Nada impede assim que se faça um museu que seja também um centro cultural.

É interessante que 66% dos entrevistados sejam favoráveis à construção, respectivamente, de um centro de convivência e de um centro cultural. E mais interessante ainda é que todos aqueles que são favoráveis à construção de um centro cultural NÃO sejam favoráveis à construção do museu, representando 1/3 dos entrevistados.

A chave parece estar assim no conceito que grande parte das pessoas têm de museu: talvez como algo alienígena, que violente o bairro; como algo ‘morto’, que se impõe verticalmente sobre o bairro, em descontinuidade com este.

Vale lembrar que em teses sobre arquitetura de museus, não raro estes são analisados em conjunto com os centros culturais.

Um comentário:

Carlos disse...

A "Opera House" de Sydney é o maior símbolo da Austrália atualmente, atraindo milhares de turistas diariamente. No entanto, antes de ser construído, sofreu severas críticas quanto ao seu projeto arrojado, localização etc. Além disto, o custo final da obra foi muitas vezes maior que o originalmente estimado. Apesar de tudo, creio que hoje ninguém tem dúvida de que sua construção foi benéfica para a cidade e o país.
Que outros prostíbulos como a Help sejam transformados em centros culturais na nossa cidade maravilhosa. Pior que termos PARTE do dinheiro desviado numa obra útil, é termos TODO o dinheiro desviado sem nenhum benefício para a população.

 
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