A senadora Marina Silva (PT) afirmou hoje (15) que não vai prolongar por muito tempo o anúncio de sua decisão sobre a possibilidade de mudar de partido. Marina foi convidada a se filiar ao Partido Verde (PV). Ela disse que praticamente terminou o ciclo de conversas com lideranças do PT, pessoas do Acre e amigos, e agora está se “recolhendo” neste fim de semana e início da próxima para tomar a decisão.
“Não coloquei prazo, nem dia. Mas não quero prolongar esse anúncio porque não quero transformar isso em uma novela. Em respeito ao meu partido, que é o PT, ao PV e a mim mesma. Foi um processo difícil. Eu me expus a muitos argumentos, afetos de relações de 30 anos [com o PT]”, afirmou, após participar de debate sobre clima e meio ambiente para integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), acampados em Brasília.
Apesar de aliados afirmarem que Marina já tomou a decisão de trocar de partido, a senadora argumentou que não falou “com nenhuma pessoa” a respeito de qual é a sua decisão. “Então não posso dá crédito ao que foi dito [de que já estaria tomada a decisão]”.
Marina também disse que a ação dos trabalhadores no evento, de pedir autógrafos e tirar fotos com ela, não indica um clima de campanha política para a Presidência da República. “Em todos os lugares que ao longo dos dez anos que ando pelo Brasil, as pessoas sempre me tratam com muito carinho. Não tem nada a ver com campanha. É o respeito que as pessoas têm pela luta, pela causa. É até uma forma de dizer que está junto da luta”, afirmou.
A senadora voltou a manifestar que desvincula a possibilidade de condicionar sua filiação ao PV a uma candidatura à Presidência da República em 2010. “Não estamos falando de Presidência da República. A decisão que estou tomando é sair ou não do PT. O PV me fez um convite honroso e eu disse que não iria subordinar a minha decisão às duas coisas”, disse.
Para Marina, “ninguém sai de um partido para ser candidato”, mas avalia a possibilidade de mudança por um compromisso programático. Ela enfatizou que o PV “está se propondo a fazer uma discussão programática de colocar o desenvolvimento sustentável como estratégico”.
Segundo Marina, “foi por essa construção que eu militei durante 30 anos no PT e hoje vejo os frutos que ela tem dado na área social, em vários aspectos na própria luta pela reforma agrária". A senadora acrescentou que nenhum partido vai “hegemonizar” a questão do desenvolvimento sustentável. “Mas aqueles que se dispõem a iniciar já é um bom começo”.
A senadora disse ainda que não existe voto a ser dividido entre ela, se for candidata, e a ministra chefe da Cada Civil, Dilma Rousseff, que deve disputar as eleições presidenciais em 2010. “A luta ambiental não atrapalha ninguém nesse país. Não exite voto a ser dividido. O voto é do cidadão. A nossa visão patrimonialista é que acha que o voto já é alguém. O voto está livre para se dado para quem o cidadão entende que deseja dar”, afirmou.
Agência Brasil
sábado, 15 de agosto de 2009
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