quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Crivella participa das eleições de Moçambique como observador internacional

O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) participou nesta quarta-feira (28/10) das eleições gerais em Moçambique, como observador internacional indicado pela Missão da Cominidade de Países de Língua Portuguesa e representando o parlamento brasileiro.

O presidente de Moçambique, Armando Guebuza, votou logo cedo, às 7 horas, em Maputo, nas eleições em que é o favorito para vencer. Guebuza deve obter um novo mandato, apesar das dúvidas sobre seu comprometimento com a democracia no país africano. “Estou confiante de que meu partido e meu candidato ganharão”, brincou ele na saída da urna.

Dezenove partidos participam da eleição presidencial desta quarta. Há também votação para a escolha de parlamentares e para os titulares de assembleias provinciais. Os resultados devem ser divulgados no dia 1º de novembro. O partido do presidente, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), está no poder desde a independência do país de Portugal, em 1975. A sigla tem vencido todas as eleições desde a primeira multipartidária, em 1994.

Outro candidato presidencial, Daviz Simango, acusou a Frelimo de usar a comissão eleitoral para esmagar seu partido. Simango obteve permissão para disputar as eleições, mas seu Partido Democrático de Moçambique foi excluído da corrida parlamentar, que também ocorreu nesta quarta. A comissão eleitoral alegou problemas no preenchimento de documentos para a exclusão da sigla oposicionista. Simango apelou, mas o Conselho Constitucional de Moçambique manteve a decisão. Simango nega qualquer problema na documentação.

O principal candidato da oposição é Afonso Dhlakama, da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), um movimento rebelde que se transformou em partido político. Nas eleições presidenciais de dezembro de 2004, Guebuza obteve quase 64% dos votos, ante 32% de Dhlakama. O oposicionista, de 56 anos, diz que não tentará a presidência de novo caso perca mais uma vez. “O povo moçambicano precisa de uma revolução total”, disse Dhlakama. “As coisas devem mudar. E eu espero que, dessa vez, as coisas realmente mudem.”

Dhlakama disse que estava feliz pelo fato de a campanha ter sido pacífica, mas lamentou a força da máquina eleitoral da Frelimo. O partido governista usou helicópteros para locomover seus candidatos, algo impossível para os rivais.

Após tornar-se independente de Portugal em 1975, Moçambique sofreu com uma guerra devastadora entre a Frelimo, então uma guerrilha marxista, e a Renamo, que tinha apoio do governo da vizinha África do Sul, onde vigorava o Apartheid.

Desde um acordo apoiado pela ONU, que encerrou a guerra em 1975, Moçambique é elogiado por sua estabilidade política, recuperação econômica e reconstrução pós-conflito. Reformas mais próximas do livre mercado realizadas pela antes marxista Frelimo levaram o país a crescer a taxas de até 10% ao ano. A população, porém, continua a sofrer com muita pobreza, no país que ocupa a 172ª colocação no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU.

O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 7% no primeiro semestre, mas os efeitos da crise financeira começam a aparecer. As exportações caíram e a queda dos preços do alumínio também afetou o país.

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