sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Heróis Anônimos

A tragédia que se abateu sobre o sofrido Haiti expôs para a apática sociedade brasileira dois heróis anônimos.

Impossível, com a maciça projeção da mídia, permanecer insensível à terrível catástrofe que arrasou aquela paupérrima Nação.

No bojo da tragédia, entre os milhares de nativos mortos, mais de uma dezena de militares do Exército Brasileiro, e além do grande número de militares feridos, o falecimento da eminente Dra Zilda Arns, fundadora e Diretora da Pastoral da Criança.

Oficiais, Sargentos, Cabos e Soldados, diferentes níveis hierárquicos, sem distinção foram vitimados pelo cataclismo.

Unidos no infausto, militares, voluntários silentes para auxiliar, ”como boinas azuis,”, naquela missão de paz, morreram no cumprimento do dever.

Desde 2004, contingentes das Forças Armadas, com pouco ou sem grandes destaques midiáticos se revezam no Haiti, atendendo à árdua missão de manter a lei e a ordem num País devastado pela miséria. Sem alarde, a missão brasileira vinha cumprindo a sua missão, e ao mesmo tempo, auxiliando na reconstrução do País.

Inicialmente, tratava - se de apaziguar e desarmar as gangues formadas por antigos integrantes das Forças Armadas Haitianas, que foram desativadas. Depois, manutenida a paz, a faina diária de prevenção e de reconstrução.

A importância, a dimensão do esforço despendido pela Forças Armadas, mormente o Exército Brasileiro, e o seu êxito eram de restrito conhecimento. Agora, cremos, com a perda trágica e chocante de tantas vidas de abnegados militares, o conhecimento será geral.

Eis, para a sociedade brasileira, o seu 1º herói. O militar e suas vetustas, respeitáveis, sacrificadas e vilipendiadas Instituições Militares.

O outro herói, ou melhor, heroína é a Dra Zilda Arns, uma diligente cidadã, anonimamente dedicada às crianças, que dirigia com abnegação a sua Pastoral, ONG criada pelo seu incontido desejo de doar – se, de sacrificar – se, em prol dos menores.

Seu idealismo voltou - se para a proteção da criança e, assim, a partir da atenção a cada uma, sua benemerência se espraiava para os agradecidos pais, beneficiados pelo seu incomensurável altruísmo.

Sim, temos heróis a prantear. No mar de lama que nos cerca, temos exemplos a seguir.

Felizmente.

Não custa nada, em sinal de respeito, após as copiosas informações sobre os nossos abnegados personagens, creditar – se que eles se tornaram verdadeiros heróis, quase que impostos, pelo mínimo de respeito que a Nação lhes deve.

Portanto, agora, não basta virar a cara e dizer “eu não sabia”. Eles existem. Apesar de tudo.

Ao Exército Brasileiro, aos familiares e amigos dos heróis militares, e aos familiares e amigos da Dra Zilda Arns e aos integrantes da Pastoral da Criança, nossas mais sentidas condolências.

Oxalá, a Nação saiba prestar – lhes o justo reconhecimento.

Brasília, DF, 15 de janeiro de 2009

Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira

Um comentário:

cês tinha...cês tão disse...

governo do Cabral termina em samba

http://www.youtube.com/watch?v=x4D4oW8Xd8I

 
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