terça-feira, 4 de agosto de 2009

Cristovam prega a saída de Sarney e Wellington Salgado defende o presidente do Senado


O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) voltou a defender o afastamento do senador José Sarney (PMDB-AP) da Presidência do Senado Federal exatamente para proteger a figura histórica do ex-presidente da República. A seu ver, se Sarney tivesse entregue o governo a seu sucessor e se recolhido, como um experiente estadista, ele seria, hoje, uma das pessoas que o país buscaria escutar nas horas difíceis. Contudo, ao deixar a condição de ex-presidente pela posição de senador, na opinião de Cristovam, "ele colocou a biografia na gaveta, para os historiadores futuros, e nos liberou para tratá-lo como político". Segundo o senador, existe uma distinção entre a figura histórica e a figura política, a biografia e a militância, que seriam duas coisas diferentes.

Cristovam Buarque (PDT-DF) fez questão de ressaltar o papel histórico do presidente José Sarney na transição democrática do Brasil. Ele lembrou que Sarney promoveu a regularização de todos os partidos políticos, como nunca se teve antes no país; reatou relações com todos os países, enfrentando a resistência dos Estados Unidos; e respeitou a autonomia das universidades, nomeando todos os reitores eleitos, inclusive ele próprio.

- E por isso eu peço a renúncia dele, porque o papel histórico que tem o presidente Sarney não merece passar por isso que vocês estão jogando nele, disse Cristovam - dirigindo-se ao senador Wellington Salgado (PMDB-MG). - Na verdade, hoje, eu creio que nós podemos dividir o Senado em dois grupos: aqueles que respeitam a figura histórica do presidente da República e aqueles que se aproveitam do presidente do Senado.

Em resposta a Cristovam Buarque, o senador Wellington Salgado afirmou que o que existe é uma crise de administração no Senado. A seu ver, isso se deve a uma diferença entre a ética que vigorava na Casa e a que vigora na sociedade. Segundo o senador, a sociedade cobra uma mudança na ética do Senado, o que já vem ocorrendo. Ele citou algumas das medidas já adotadas pelo presidente José Sarney como exemplos dessas mudanças.

- O presidente Sarney regularizou a questão das passagens, regularizou a questão das horas extras, entre outras - argumentou Wellington Salgado. - Isso estava sendo conduzido democraticamente, com toda a Mesa tomando as decisões com ele. A ética que a sociedade prega, ela estava sendo transferida para a ética do Senado.

O senador afirmou ter lido todos os atos da Comissão Diretora do Senado nos últimos 14 anos e constatado que estão assinados por todos os líderes partidários. Assim, disse, as decisões tomadas pelo presidente foram avalizadas pelos líderes. "E agora, tentam botar na conta do presidente Sarney", disse ele. Em sua opinião, cada um dos 81 senadores deve assumir sua parte de responsabilidade a atuar para corrigir o que estiver errado.

Agência Senado

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