quarta-feira, 17 de junho de 2009

Cristovam diz que discurso de Sarney foi frustrante


"Do discurso de ontem do presidente [José] Sarney ficou uma imensa frustração, de ver meu chefe do Senado, aquele que é responsável pelos fatos que aqui acontecem, dizer que o problema é do Senado, como se dissesse: 'eu não tenho nada a ver com isso'". Foi o que disse o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) nesta quarta-feira (17), referindo-se ao pronunciamento que o presidente Sarney fez, da tribuna, no dia anterior, sobre a crise por que passa a instituição. Para Cristovam, "a responsabilidade em primeiro lugar é do presidente, em segundo lugar dos membros da Mesa" e em terceiro lugar de todos os senadores.

Cristovam disse esperar que o presidente Sarney anunciasse, no discurso, "a decisão clara de uma investigação independente", feita por especialistas "com a credibilidade que hoje falta" a todos os senadores. Disse que faltou ao presidente do Senado afirmar que, caso essas investigações independentes apontem servidores culpados, a punição será imediata. E que, se houver senadores envolvidos, esse envolvimento seja apurado em processo de decoro parlamentar.

- Eu, pessoalmente, duvido muito que apenas os servidores assumam essa responsabilidade - afirmou.

Cristovam disse esperar que o presidente, com a experiência que tem, não ficasse apenas na crítica "a essa lama que hoje aparece sobre nós", mas que analisasse também "as engrenagens enferrujadas" que impedem que o trabalho do Congresso satisfaça a opinião pública. Para Cristovam, o presidente deveria propor mudanças no funcionamento e na cronologia dos trabalhos do Senado, "para que esta sala estivesse cheia todos os dias da semana pelo menos durante determinadas horas desses dias".

O senador informou ter recebido grande quantidade de mensagens eletrônicas e também ter visto muitas notícias na internet que "são praticamente unânimes em dizer que o discurso feito ontem pelo presidente não satisfez a inquietação, a indignação e até a raiva que a opinião pública brasileira vive hoje".

Da Redação/Agência Senado

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